sábado, 4 de outubro de 2008

VACUIDADES DIALÉTICAS (09/07/03)



Autor: Ozimar Alves Cunha Júnior

O futuro é uma forma abstrata
o passado é algo que existiu
não é fácil entender
futuro é o que está
e que em si mesmo
nada deixa de ser
é oblíqua a equação
passado é substância invisível
coisa que existiu
mas agora não é
assim, nada é em si
sistema para entender
tudo passa pelo presente
o passado já foi
e sempre será
o futuro será
não é certo
o tempo mesmo não existindo
é o móvel motor desta relação
onde o que não é
passa a ser, sendo
e assim, será incerto
abstrações...
vacuidades dialéticas
há um sistema vital
que rege ilusoriamente
somos presos a este arco
que só tem ida
mas não tem volta
porque é um estar aqui.

===============================================
ESTA POESIA FOI PUBLICADA NA REVISTA ESPIRAL 8
===============================================



==============================================
POEMA QUE CONTEMPLA O MESMO ASSUNTO (TEMPO)
==============================================

TEMPO FABULOSO
“Para aqueles de nós que acreditam na física, essa separação entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão, posto que tenaz.”
Einstein

o tempo não passa de ilusão
uma ilusão verídica
 racionalidade rústica 
ele não controla sua veracidade
sentido que a física tenta explicar
mas não passa de aforismos estrábicos
e a filosofia só lhe compreende na essência

o time é mateiro
arredio e sem pena
mesmo imaginário
ele não perdoa ninguém
é juiz supremo e cruel

o Zeit foge a compreensão
e suplanta a logicidade
ele é a quarta dimensão
e vara a imagem ocular
a sua percepção como tal
passa a ser relativa
e assim é imprecisa por natureza
e dentro da visão de seus ponteiros
tudo não passa de fluxo sibilar

o tiempo é largo
e abarca todas as marcas
que compõem os horizontes temporais
ele é passado e futuro
e mesmo impreciso
é também presente
ele é a linha
entre o passado e futuro
entre o presente e passado

o tempus é Primeiro Motor de si mesmo

2 comentários:

antes que a natureza morra disse...

Prazer em conhecê-lo...gostei muito do teu blog e cheguei até ele pela afinidade que ambos temos por Augusto dos Anjos.
Um abração !

James pizarro
www.professorpizarro.blogspot.com

Anônimo disse...

Olá, obrigada pelo comentário!

Sua poesia me pareceu uma equação matemática! hehehe
Parabéns intrigante!